quarta-feira, 21 de julho de 2010

CURRÍCULO CONHECIMENTO E CULTURA

CURRÍCULO CONHECIMENTO E CULTURA


O currículo deve ser entendido como práxis pedagógica e ganha sua concretude no fazer pedagógico concreto, isto significa que ele precisa ter como pressupostos os princípios estabelecidos no projeto Político-pedagógico que deve ser construído coletivamente e de forma processual. O currículo voltado para a real aprendizagem dos alunos tem como característica principal ser uma construção histórico-social, por isto não pode ser visto como um produto final, imutável, mas sim sempre provisório sujeito a mudanças.
Podemos apresentar o currículo como elemento fundamental na vida da escola, pois é ele que norteia nela desenvolvido, inclusive marcando o espaço e o papel exercido pelos diferentes elementos envolvidos com o processo educativo como o aproveitamento do tempo escolar, a articulação entre as diversas áreas do conhecimento, os conteúdos e programas, a definição de normas e padrões de comportamento, a escolha de técnicas, de procedimentos didáticos e de avaliação, assim como as intenções relativas aos aspectos valorativos e morais projetados pela escola.
Tendo em vista que o currículo é o elemento norteador da praticas escolares uma vez que delimita os objetivos e os critérios de avaliação da ação pedagógica, assim como indica que conteúdos e metodologias são consideradas adequadas para cada escola, interessa-nos discutir algumas alternativas para a organização do trabalho pedagógico da escola, a fim de contribuir para a formação de uma cultura local que reflita as necessidades e os anseios da comunidade. Por isso é preciso uma reflexão acerca da necessidade de organização de um currículo flexível, capaz de atender as demandas de cada nível e modalidade de ensino na educação básica brasileira.
É importante esclarecer também que o currículo está longe de ser um instrumento imparcial, pois este pode ser tanto como articulador de mudanças no cotidiano escolar quanto como elemento repressor, perpetuando uma determinada prática pedagógica, pois os conteúdos aquilo que se ensina, não são programados em função de quem aprende, mais sim com a intenção nítida de promover o mecanismo da seleção, não levam em consideração a realidade cultural dos alunos vitimados pela pior das violências, que é a injustiça da desigualdade social. Desta forma, os conteúdos devem ser programados de maneira a atender ás atividades intelectuais, ao raciocínio abstrato em compartimentos rigidamente hierarquizados priorizando a inteligência racional em detrimento dos demais tipos de inteligências.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)- lei nº 9.394/96- prevê uma flexibilidade em relação:
- À organização curricular como reflexo da cultura local, sem perder de vista os objetivos e as finalidades da educação nacional;
- Às peculiaridades de cada modalidade de ensino;
- Ao atendimento as pessoas que tem necessidades educativas especiais;
- Às peculiaridades dos povos indígenas;
Se fizermos uma leitura mais acura da da LDB, veremos que a mesma, apesar da abertura para novas formas de organização escolar, explicita uma lógica curricular a partir de um ordenamento disciplinar. Esta não seria a única alternativa de organização. Assim podemos caracterizar uma flexibilização curricular em relação aos conteúdos escolares.
Segundo GALLO (2000), a organização do currículo em disciplina reflete uma concepção de ciência e sociedade. Esta forma de organização possibilita o controle sobre todo o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola (direção, professores e alunos) criando a ilusão de que tudo pode ser minuciosamente avaliado.
A opção da escola por esta ou aquela forma de organizar o currículo requer discussão, pois cada escola será reconhecida pelo tipo de homem que ela deseja formar e por meio dos mecanismos que utiliza na definição de seu currículo, propondo, selecionando, privilegiando, excluindo, silenciando conteúdos e posturas tanto dos professores e alunos quanto de possíveis interesses das comunidades onde as escolas se localizam.


Professor: Ary Ederval Guchert

3 comentários:

  1. "http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080530095213AALx6UV"

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  2. "http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/cp/tetxt4.htm"

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  3. Ary,

    Interessante o texto, todavia é necessário que você destaque as citações e inclua as referências, pois assim caracteriza-se como plagio.
    Abraços,
    Superviosra de Educação Básica e Profissional

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